sábado, 2 de fevereiro de 2013

Amar a Deus


 “Estou seguro, Senhor, de que te amo; disso não tenho dúvidas. Tocaste-me o coração com tua palavra, e comecei a amar-te. O céu, a terra e tudo o que neles existe dizem-me por toda parte que te ame, a não cessam de repetí-lo a todos os homens 'de modo que eles não tem desculpa' [Rm 1.20 (…)]. Mas, que eu amo quando te amo? Não uma beleza corporal ou uma graça transitória, nem o esplendor da luz, tão cara aos meus olhos, nem as doces melodias de variadas cantilenas, nem o suave odor das flores, os unguentos, dos aromas, nem o maná ou o mel, nem os membros tão suscetíveis às carícias carnais. Nada disso eu amo, quando amo o meu Deus. E contudo, amo a luz, a voz, o perfume, o alimento e o abraço, quando amo o meu Deus: a luz, a voz, o odor, o alimento, o abraço do homem interior que habita em mim, onde para a minha alma brilha uma luz que nenhum espaço contém, onde ressoa uma voz que o tempo não destrói, de onde exala um perfume que o tempo não dissipa, onde se saboreia uma comida que o apetite não diminui, onde se estabelece um contato que a sociedade não desfaz. Eis o que amo quando amo o meu Deus” (Santo Agostinho) 


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