segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

O professor discipulador


[…] À medida que discipularmos nossos alunos, desejaremos estar cientes de dois aspectos básicos da afetividade: (1) o de cuidar de nossos alunos e (2) o de aceitá-los como eles são. Ambos os aspectos permitem-nos comunicar o amor de Cristo e derrubar as paredes relacionais entre nós e eles. O professor discipulador cuida de seus alunos mostrando interesse, consideração e apreciação por eles. Quando estão sob tensão, o interesse do professor manifesta-se quando ouve atenta e seriamente um aluno falar de algum problema pessoal. Orar quando o aluno compartilha uma necessidade também demonstra o cuidado amoroso do professor, quando este em ação subsequente faz um telefonema, envia um cartão ou escreve uma carta. O professor pode ser uma fonte inesgotável de informação útil ou de sugestões como uma excrescência de suas próprias perícias. Mostrar cuidado pelo aluno discípulo também toma a forma de exortação (“Por que não tenta?”), encorajamento (“Você consegue!”) e confrontação (“Por que não tentou?”), dependendo da necessidade.

Além do interesse, manifestamos cuidado pelos alunos mediante a consideração. Esta evidencia-se por coisas como fixar objetivos e exigências razoáveis e atingíveis, e por ter a preocupação de limitar os deveres de casa e outras responsabilidades extra-aula. Também demonstramos consideração na sala de aula tratando com dignidade e respeito. Depreciar não pertence `s educação bíblica e certamente não tem lugar no ministério do discipulado.

Como professores discipuladores também cuidamos de nossos alunos denotando apreciação por eles. Isto pode facilmente ser realizado por uma palavra de agradecimento ou elogio por um trabalho bem feito. A apreciação sincera é cativante e, quando modelada regularmente pelo professor, torna-se atividade compartilhada entre os membros da classe.

Repare nesta questão da apreciação que o uso do humor ofensivo sempre destrói a eficácia do ministério do discipulado. Devasta relacionamento e deve ser evitado. Talvez alguém pense que com humor ofensivo a gente consegue fazer um amigo, mas na realidade adquirimos inimigos quando criamos uma certa tensão em nosso relacionamento. Evite este comportamento a qualquer custo.

Aceitar o aluno constitui o segundo aspecto da afetividade. Este envolve aceitar a pessoa e seus sentimentos. Deus criou cada um de nós de modo exclusivo no útero materno (Sl 139:13-16). Ele formou cada ser humano com certas tendências, forças e fraquezas. A cada indivíduo Ele deu uma personalidade que o torna especial, e vários talentos e dons para o ministério que o transformam no tipo de pessoa que o Senhor quer que ele seja. O professor é responsável por conhecer seus alunos – a individualidade de cada um deles, como cada um contribui no uso de suas aptidões, onde estão seus pontos fortes e fracos. Um aluno pode ser loquaz e expansivo; outro, quieto e analítico.

O professor discipulador não deve exigir que um estudante seja igual aos outros. Como discipulador, o professor tem de aceitar cada um com suas forças e limitações dadas por Deus, e desafiá-los a ser, do seu jeito, o melhor que puder em prol da causa de Jesus. Cuidado e aceitação acrescentam à afetividade parte indispensável do ministério do discipulado que o professor faz.


REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:

GANGEL, Kenneth O.; HENDRICKS, Howard G.. Manual de ensino para o educador cristão: Compreendendo a natureza, as bases e o alcance do verdadeiro ensino cristão. Rio de Janeiro: Cpad, 1999. 408 p.



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