sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Seis aspectos do evangelho são dignos de nota



[por John Stott]

1 Também vos notifico, irmãos, o evangelho que já vos tenho anunciado; o qual também recebestes, e no qual também permaneceis. 2 Pelo qual também sois salvos se o retiverdes tal como vo-lo tenho anunciado; se não é que crestes em vão. 3 Porque primeiramente vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras, 4 E que foi sepultado, e que ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras. 5 E que foi visto por Cefas, e depois pelos doze. (1 Coríntios 15:1-5)

1.     O evangelho é cristológico. O centro da mensagem cristã é que "Cristo morreu pelos nossos pecados...[e] ressuscitou ao terceiro dia". 0 evangelho não está limitado a estes acontecimentos, mas eles são sua verdade prioritária, a primeira coisa que ele recebeu e que tem o cuidado de transmitir (versículo 3). 0 evangelho não pode ser pregado se Cristo não for pregado, e o Cristo autêntico não é proclamado se sua morte e ressurreição não forem centrais.

2.     O evangelho é bíblico. O Cristo que Paulo proclamava era o Cristo bíblico, que morreu por nossos pecados "segundo as Escrituras" (versículo 3). Que "Escrituras" do Antigo Testamento Paulo tinha em mente, isso ele não diz aqui, mas, sem dúvida, elas teriam incluído aquelas que Jesus usou quando "explicou-lhes o que constava a respeito dele em todas as Escrituras" (Lc 2425-27; 44-46), as que Pedro usou no dia de Pentecostes (At 2.25-31), e notadamente o Salmo 22 e Isaías 53. Para os primeiros evangelistas cristãos, era de suma importância o fato de que a morte e a ressurreição de Jesus foram confirmadas por duas testemunhas: os profetas e os apóstolos ou, como diríamos, o Antigo Testamento e o Novo Testamento.

3.     O evangelho é histórico. Precisamos notar as referências, tanto ao sepultamento de Jesus como às suas aparições, pois o sepultamento atestava a realidade da sua morte (já que enterramos os mortos, não os vivos), enquanto que as aparições testificavam da realidade da sua ressurreição. Além do mais, o que re-surgiu é aquilo que foi escondido, enterrado. Em outras palavras, o que foi ressuscitado e transformado foi o corpo de Cristo. Além disso, a ressurreição é um evento histórico possível de ser datado, uma vez que ela ocorreu "no terceiro dia".

4.     O evangelho é teológico. A morte e a ressurreição de Jesus não foram apenas acontecimentos históricos; elas têm um significado teológico ou resgatador. Ele não apenas morreu, mas "morreu pelos nossos pecados". Como pecado e morte estão relacionados um com o outro no decorrer das Escrituras como sendo uma ofensa e sua devida recompensa, e como Jesus mesmo não cometeu pecado algum pelo qual necessitasse morrer, ele deve ter morrido por nossos pecados. Os pecados eram nossos, mas a morte foi dele. Ele morreu a nossa morte. Ele sofreu nosso castigo. Só assim poderíamos "ser salvos" (versículo 2). Isso aponta claramente para a natureza substitutiva da cruz.

5.     O evangelho é apostólico. Isso significa que é uma parte essencial da mensagem autêntica recebida e transmitida pelos apóstolos. Faz parte da tradição apostólica. No versículo 11 [1Co 15] Paulo conclui: "Portanto, quer tenha sido eu, quer tenham sido eles, é isto que pregamos, e é isto que vocês creram". Esse amontoado de pronomes pessoais (eu, eles, nós, vocês) é deveras impressionante. Indica uma unidade de fé entre Paulo e os Doze, e entre os apóstolos e a igreja, até mesmo entre a primeira geração de crentes e todas as subsequentes.

6.     O evangelho é pessoal. Isto é, a morte e a ressurreição de Jesus não são apenas história e teologia, mas são o caminho da salvação individual. Os coríntios o receberam, decidiram-se por ele e foram salvos por ele, conquanto se mantivessem firmemente apegados a ele (versículos 1-2).

Fonte: John Stott – A Verdade do Evangelho.
publicado em http://entretextosteologicos.blogspot.com.br

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