segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Uma parábola...



"Mas agora Deus colocou os membros no corpo, cada um deles como quis. E, se todos fossem um só membro, onde estaria o corpo? Assim, pois, há muitos membros, mas um corpo. E o olho não pode dizer à mão: Não tenho necessidade de ti; nem ainda a cabeça aos pés: Não tenho necessidade de vós. " (1 Coríntios 12:18-21)


Nariz e Mão estavam assentados e conversavam a igreja. O culto da manhã, conduzido por Ouvido e Boca, havia terminado, e Mão estava dizendo a Nariz que ele sua família tinham decidido procurar uma igreja diferente.

“Verdade?” - reagiu Nariz à notícia dada por Mão. “Por quê?”

“Oh! eu não sei!”, respondeu Mão, olhando para baixo. Ele costumava ser mais demorado a falar do que os outros membros da igreja. “Acho que isso se deve ao fato de que a igreja não tenha o que minha esposa e eu desejamos.”

“Então, o que vocês procuram em uma igreja?”, perguntou Nariz. Ele falou estas palavras em um tom de simpatia. Mas, ainda que falasse daquela maneira, sabia que rejeitaria a resposta que Mão lhe daria. Se ele e sua esposa não podiam ver que Nariz e os demais líderes estavam conduzindo a igreja na direção certa, a igreja poderia prosseguir sem eles.

Mão tinha que pensar antes de responder. Ele e sua esposa gostavam do pastor Boca e de sua família. E o ministro de música, o Sr. Ouvido, trabalhava muito bem. “Ora, creio que estamos procurando uma igreja em que as pessoas são mais parecidas conosco”, ele declarou finalmente.

“Tentamos gastar tempo com os Pernas, mas não nos saímos bem. Em seguida, nos unimos no pequeno grupo para todos os Pés. Mas eles teimavam em conversar sobre meias, sapatos e odores. E isso não nos interessa.”

Agora, Nariz olhou para ele com verdadeira surpresa: “Vocês não se alegram em que eles se interessem por odores?”

“Claro, com certeza. Mas isso não é para nós. Depois, frequentamos a Escola Dominical que atende a todos vocês, características faciais. Você se lembra? Viemos durante vários domingos, alguns meses atrás?”

“Foi ótimo ter vocês conosco.”

“Obrigado. Mas todos querem apenas conversar, ouvir, cheirar e saborear. Senti como se vocês nunca quisessem trabalhar e sujar as mãos. De qualquer modo, minha esposa e eu pensamos em examinar aquela igreja nova no lado oeste da cidade. Ouvimos que eles batem muitas palmas e levantam as mãos, e isso se aproxima do que necessitamos agora.”

“Hum!”, respondeu Nariz. “Entendo o que você quer dizer. Não desejamos vê-los deixar a igreja. Mas acho que devem fazer o que é bom para vocês.”

Naquele momento, A Sra. Mão, que estivera envolvida em outra conversa, se voltou para unir-se ao esposo e ao Sr. Nariz. O Sr. Mão explicou brevemente o que ele e Nariz conversavam; depois disso, Nariz reiterou sua tristeza ante a perspectiva da saída deles. Contudo, ele disse outra vez que entendia o desejo deles, visto parecer que suas necessidades não estavam sendo satisfeitas.

A Sra. Mão balançou a cabeça em confirmação. Ela queria ser educada, mas, verdade seja dita, não estava triste por deixar a igreja. Durante os anos, seu esposo fizera tantas observações críticas a respeito da igreja, que seu coração começara a refletir tais críticas. De fato, ele costumava desculpar-se por “ser tão negativo”, conforme dizia. Contudo, as pequenas queixas que ele deixava escapar aqui e ali tiveram efeito. Os pequenos grupos eram de certo modo falaciosos. A música era um pouco desatualizada. Os programas pareciam ingênuos. O ensino não se harmonizava com o gosto deles. Afinal de contas, era-lhes difícil identificar com exatidão todos os problemas, mas já haviam decidido que a igreja não lhes servia.

Além de tudo isso, a Sra. Mão sabia que Dedo Mínimo, seu filho, não se sentia a vontade no grupo de jovens. Todos eram muito diferentes dele;  por isso, se sentia inconveniente ao grupo.

A Sra. Mão disse algo a respeito de como apreciava o Sr. Nariz e os líderes da igreja. No entanto, a conversa já tinha ido longe demais para ele. E, ainda, o perfume da Sra. Mão fazia com que ele desejasse espirrar. Agradeceu à Sra. Mão o encorajamento, reafirmou sua tristeza por ouvir que deixariam a igreja, virou-se e afastou. Quem tinha necessidade dos Mãos? Aparentemente, eles não precisavam do Sr. Nariz.

 (extraído de "O que é uma igreja saudável?", de Mark Dever. Editora Fiel, 2009, pgs. 9-11)


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