quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

A Educação Cristã deve enfocar o ensino da Escritura


Porque é a verdade que santifica e liberta, e porque a Palavra de Deus é a verdade, uma educação eficaz deve ensinar a Palavra de Deus. A interação com a Escritura é essencial para a saúde espiritual da congregação e sem ela o crescimento espiritual é impossível.

Há uma crescente falta de ênfase ao ensino da Bíblia nos programas educacionais de nossas igrejas, com ênfase cada vez mais em satisfazer as necessidades das pessoas. Cursos sobre administração financeira, comunicação no casamento, a quebra de padrões de co-dependência, e uma gama de outros estudos “orientados pela necessidade” estão substituindo estudos mais biblicamente e teologicamente orientados. A pressuposição subjacente parece ser que a Bíblia e a Teologia são irrelevantes para a vida moderna.

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Os evangélicos modernos são caracterizados por um alto grau de confiança na autoridade, infalibilidade e inerrância da Escritura. Nós somos conhecidos principalmente como o “povo do livro”. Mesmo assim, nossa prática não é consistente com nossa crença. Nós argumentamos sobre a importância teológica da Escritura, mas cada vez mais a tratamos como periférica para a nossa fé. Aprender a Palavra significa viver a Palavra. Somente o conhecimento que é traduzido em ação é aceitável.

Se é verdade que Deus inspirou os autores da Bíblia e que as Escrituras contém exatamente as palavras que Deus designou, então o que se segue é que nós devemos ensinar as Escrituras ao nosso povo. Nós, entre todos os povos, devemos ser aqueles que não somente afirmam o valor da Bíblia, mas que também ensinam a Bíblia ao seu povo.

A Escritura não é irrelevante para a experiência moderna. As suas verdades eternas são relevantes e essenciais hoje exatamente como elas foram quando primeiro escritas. Os temas centrais da Escritura – santidade, eleição, propiciação, pecado, redenção, providência e uma gama de outros – são importantes para nós se quisermos viver como povo de Deus. Se queremos que o nosso povo tenha a mente renovada, nossos programas educacionais devem ensinar-lhes a Bíblia.

Karl Barth, o brilhante teólogo suíço, não tinha a mesma visão a respeito da Escritura que os evangélicos modernos, mas ele valorizava a Bíblia. Quando não jurou lealdade a Adolph Hitler, ele foi forçado a deixar a sua posição de professor na Universidade Bonn. Suas palavras finais aos seus alunos foram: “E agora chegou o fim. Assim, ouçam o meu último conselho: exegese, exegese e mais exegese! Permaneçam na Palavra, a Escritura que nos foi dada”.

Karl Barth entendia que o cristianismo é primeiro uma religião de texto, cuja identidade e autoridade são baseadas na doutrina da inspiração. Nossos programas educacionais devem refletir essa convicção se queremos alimentar espiritualmente crentes maduros.

(extraído de “INTRODUÇÃO À EDUCAÇÃO CRISTÃ - Ensino e Crescimento”, de Perry G. Downs. Editora Cultura Cristã, 2001, pgs. 164/165)

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