sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Aprendendo a Lei de Deus

 “Ame o SENHOR, o seu Deus, de todo o seu coração, de toda a sua alma e de todas as suas forças. Que todas estas palavras que hoje lhe ordeno estejam em seu coração. Ensine-as com persistência a seus filhos. Converse sobre elas quando estiver sentado em casa, quando estiver andando pelo caminho, quando se deitar e quando se levantar.” (Deuteronômio 6:5-7)


O ideal do Antigo Testamento é o de uma comunidade comprometida a viver para amar a Deus e os outros. A família deveria ser o foco da instrução. E o foco da família era o pai e a mãe que louvavam a Deus e levavam a sério suas palavras (Dt 6:5-6). Mães e filhas trabalhavam juntas no lar, enquanto os filhos trabalhavam com os pais. Os pais tinham muitas oportunidades para imprimir a Palavra de Deus em seus filhos, explicando as coisas e as escolhas que fizeram como resposta às palavras de Deus.

As palavras eram faladas a respeito de Deus quando “sentado em tua casa e andando pelo caminho, ao deitar-te e ao levantar-te”. Dessa maneira, a experiência diária era o contexto para se ensinar o significado da Escritura, pois a instrução da Lei de Deus acontecia na sala de aula da vida. O exemplo de pais comprometidos, a intimidade do amor da família, e a oportunidade de ver como as implicações da Lei de Deus eram seguidas, constituíram juntos o mais poderoso projeto educacional jamais imaginado. Filo, escrevendo no tempo do Novo Testamento, diz que os filhos “são ensinados a crer em Deus, o Único Pai e Criador do mundo, por assim dizer, desde o berço por seus pais, professores, e por aqueles que os conduziam, mesmo antes da instrução nas sagradas leis e costumes não escritos” (Leg. ad Caium, 31).

Os meninos começavam o ensino formal entre as idades de cinco e sete anos, com um professor pago com uma taxa cobrada de todos aqueles que tinham filhos. As crianças aprendiam a lei e escrever, mas o centro do currículo era memorizar as leis bíblicas mais importantes, aprendendo como viver vidas piedosas, e a conhecer os “feitos dos antepassados”.

Os filhos também participavam dos cultos da comunidade. Juntavam-se a muitas das festas anuais: comendo a ceia da Páscoa, revistando a casa à procura de fermento sete dias antes da Festa dos Pães Asmos, dormindo fora de casa uma semana durante a Festa dos Tabernáculos. Cada semana no Shabbath eles participavam do dia semanal de descanso, e observavam os homens reunidos para discutirem a Torah. E observavam como o mistério do sacrifício era repetido. Viam adultos confessar pecados, e alegravam-se na purificação que permitia-lhes juntarem-se a outros na adoração a Deus. E assim os filhos cresciam. Mesmo nos tempo tenebrosos, muitos vieram a conhecer, amar, confiar e obedecer ao Senhor.


Fonte: RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia - uma análise de Gênesis a Apocalipse capítulo por capítulo.  Rio de Janeiro: CPAD, 2005.

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