sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

A qualidade de vida do professor é muito importante

Por: Perry G. Downs


Ao escolher professores para Educação Cristã, tanto o que eles conhecem quanto o como vivem suas vidas deve ser considerado. Pessoas mais jovens especialmente aprenderão por imitação, e a vida do professor deve ser digna de ser imitada. O professor deve modelar o que ele está ensinando.

A necessidade de ser modelo do que nós ensinamos pode ser terrível se nós estamos ensinando a perfeição. Se devemos sempre ser modelos de perfeição e de fé e maturidade, nenhum de nós é digno de ser considerado professor. Mas Deus tem nos chamado, não para sermos modelos de perfeição, mas de redenção. Nós devemos viver demonstrações, não de que somos bons, mas de como Deus é bom.

Nós devemos ser modelos do Evangelho, dos atos redentivos de Deus na humanidade pecadora. Ser um modelo de verdade significa ser um modelo do que é ser um pecador crescendo em Cristo. Nós somos, como Martinho Lutero ensinou, simul justus et pecatores, ao mesmo tempo justificados e pecadores. Nós somos modelos de como Deus toma pecadores, tais como nós mesmos, e pela sua graça nos torna santos.

A qualidade de vida desejada no professor é a autenticidade e fé verdadeira. Se as pessoas são autênticas, deixando que os alunos vejam o processo de redenção acontecer nelas, e se sua fé é real, elas tem as qualidades de bons professores.



Disponibilizar oportunidades para observar a vida do professor

Os professores devem querer arriscar a vulnerabilidade de permitir que os alunos vejam-nos como eles realmente são. Se o processo de redenção é para ser modelado, os professores devem ser suficientemente abertos para permitir que o processo seja visto. Os professores que são extremamente reservados, pessoas fechadas, não compartilham com seus alunos. Eles ensinam o “conteúdo”, mas não se dão.

O ensino que é verdadeiramente cristão precede de um coração que ama Deus e o aluno. Parte do amor aos alunos é estar aberto para compartilhar de si mesmo com eles. De fato, eu creio que não há um real dom de amor sem a autodoação. Os professores devem estar desejosos de compartilhar sua vida com os alunos.

Os professores podem compartilhar suas ideias e julgamentos em lugar de somente compartilhar suas ideias e julgamentos. Eles devem também estar desejosos de compartilhar seus sentimentos, porque é no nível do sentimento que quem nós realmente somos é compartilhado. É no nível dos sentimentos que nós somos mais vulneráveis, mas é também nesse nível que estamos sendo mais honestos.

É assustador compartilhar nossos sentimentos com outros, porque isso nos torna mais vulneráveis. É como tirar as roupas em público. Ainda que nos vistamos novamente, todos se lembrarão de como somos somente com as roupas de baixo!

No meu ensino na Trinity, frequentemente compartilho com minhas classes no nível sentimental. Eu lhes digo como me sinto sendo um professor de seminário, ou um pai adotivo, ou um escritor. Isso é mais profundo do que aquilo que eu penso sobre essas coisas porque quando compartilho meus sentimentos, eu compartilho quem realmente eu sou. Mas é também nesse nível que a obra de Deus pode ser vista mais claramente.

É desconcertante admitir que às vezes eu sinto medo de ensinar, ou me sinto frustrado com meu papel de pai adotivo ou inseguro como escritor. Mas ao dizer para minha classe quem eu realmente sou, estou deixando-os ver quem Deus escolheu para usar.  Eles descobrem que eu não sou perfeito, mas um pecador tentando fazer a obra de Deus. Tais confissões são difíceis de fazer, mas necessárias se eu quero ser autentico.

Alem de falar de suas vidas os professores devem também deixar que os alunos vejam-nos na vida real. O relacionamento com os nossos alunos significa tê-los em nossos lares, levá-los conosco quando ministramos e deixar que eles nos vejam em ambientes não-restritos da educação formal. Parte da tarefa de modelar a verdade significa deixar a verdade ser vista à medida que ela está sendo trabalhada na arena de nossa vida. Requer que os alunos vejam seus professores nas situações da vida real.


Fornecer uma exposição a uma variedade de modelos


Porque as pessoas aprendem tanto pelo exemplo como por modelos simbólicos, ambos os tipos devem ser usados na Educação Cristã. Além do professor, do líder jovem, do pastor e do pai, os modelos simbólicos devem também ser usados. Há um lugar para as biografias cristãs, tanto em livros, filmes e peças, para ajudar as pessoas a verem exemplos de uma vida cristã autêntica. Os exemplos de homens e mulheres de fé vivendo suas crenças numa variedade de contextos de vida podem fazer muito bem para ensinar outros sobre a vida cristã.

Além das biografias, palestrantes que tem um testemunho cristão claro servem bem para inspirar especialmente os adolescentes a uma vida cristã. Figuras cristãs do esporte podem influenciar particularmente os adolescentes a verem como é a vida cristã real. Exposição consciente a modelos de vida cristã é um bom uso do poder da teoria do aprendizado social.


Enfatizar relacionamentos no contexto educacional

As pessoas imitarão mais aqueles com quem se relacionam. A educação que é poderosa enfatiza tanto o conteúdo quanto o relacionamento. Os professores devem amar seus alunos e entrar em relacionamento com eles. Por meio do poder do relacionamento, os alunos imitarão seus professores. Paulo poderia incitar a igreja de Corinto a imitá-lo porque ele tinha um relacionamento com eles. Ao escrever a segunda carta o relacionamento não estava bom, mas mesmo assim ele apela ao exemplo que ele tinha sido no meio deles.

Se a imitação deve acontecer, deve ser precedida de um relacionamento. Se os alunos sabem que são amados pelo seu professor, eles naturalmente o imitarão. Mas os alunos não imitarão aqueles de quem eles não gostam. Portanto, um relacionamento é a base para uma socialização eficaz. Como cristãos, nossa base relacional é nosso amor por Deus e nosso amor por seu povo.

Fonte: www.aecep.org.br


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