terça-feira, 7 de agosto de 2012

Imitar comportamentos e não conhecer a Deus


Há um potencial muito real para as pessoas serem socializadas numa subcultura cristã e nunca conhecer verdadeiramente o Pai. Uma pessoa pode aprender a linguagem, os comportamentos, as atitudes e os valores do Cristianismo, mas nunca ser salva. Um defensor da abordagem social à educação cristã foi o liberal clássico George Albert Coe, que observou



"Assim como as crianças prontamente aceitam nossa instrução, assim elas abertamente imitam nossos atos religiosos. A oração noturna, o agradecimento antes das refeições, a participação no culto – essas coisas, sob condições favoráveis, são benquistas; não requerem coerção. Mas elas não podem, sem outras evidências, ser consideradas como sinais claros de religiosidade."
[…]

A fé cristã é mais do que aprender os comportamentos certos. É uma questão de relacionamento certo com Deus. O perigo é confundir o exterior com o interior, confundir os costumes sociais com a regeneração e a fé verdadeira.

[…]

Pode haver um perigo real de induzir as pessoas a “viver como cristãs”, mas nunca apresentar-lhes Jesus. A salvação é uma questão de fé e fé inclui um relacionamento com Deus. A socialização pode ensinar uma pessoa a fazer parte da comunidade cristã sem ter um relacionamento vivo com Deus.

Essa crítica não é só à socialização. Isso pode acontecer em qualquer modo de ensino, porque nós não podemos medir, ou conhecer com certeza o relacionamento de alguém com Deus. Mas há um perigo inerente e específico em confundir a adaptação a uma subcultura, tal como a cristã, com ter um relacionamento redentivo com Deus. Os defensores de um modelo puro de socialização devem reconhecer esse perigo.

Nós devemos nos lembrar da mensagem do profeta Malaquias a Israel. Ele disse que Deus não queria suas festas, seus sacrifícios e suas ofertas. Por intermédio do profeta Deus disse “Tomara houvesse entre vós quem feche as portas, para que não acendêsseis, debalde, o fogo do meu altar. Eu não tenho prazer em vós, diz o Senhor dos Exércitos, nem aceitarei da vossa mão a oferta” (Ml 1:10).

Mesmo que Deus tenha ordenado as festas e os sacrifícios, ele agora os recusa, porque eles estavam sendo oferecidos sem o compromisso. O povo estava praticando RITUAIS VAZIOS, sem significado, e eram portanto uma abominação ao Senhor. Eles tinham sido socializados em sua religião, mas não tinham fé, não tinham um relacionamento verdadeiro com Deus.


Extraído de  DOWNS, Perry G. Ensino e Crescimento - uma introdução à educação cristã. São Paulo: Cultura Cristã, 2001, pg. 198-199.



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