“Jefté fez um voto ao
Senhor” (Jz 11:29-40). Fazer uma promessa de realizar alguma
coisa especial por Deus, se Ele possibilitasse a vitória, não era
incomum em Israel. Jefté, que segundo o texto, estava cheio do
Espírito do Senhor, fez esta promessa antes da sua guerra contra os
amonitas. Como as casas israelitas desta época tinham espaço para
animais, além de pessoas, Jefté, sem dúvida, tinha em mente o
sacrifício de um animal quando fez este voto.
A história do voto de Jefté é
uma das favoritas das pessoas que gostam de debates. Um grupo insiste
que Jefté realmente matou sua filha, como um sacrifício de sangue.
O outro grupo afirma que ele não fez isso. Como acontece
frequentemente com passagens difíceis da Bíblia, o debate obscurece
o restante da história - e o seu objetivo.
Mas Jefté realmente teria
sacrificado a sua filha? De modo algum. A lei dos votos (Lv 27:1-8)
permitia a substituição. O que Jefté fez foi prometer a sua filha
ao celibato, enquanto ela vivesse, servindo no Tabernáculo, como em
Êx 38:8; 1 Sm 2.22. Isso é sustentado pelo fato de que [1] o texto
enfatiza a sua virgindade eterna, não a sua morte (Jz 11:37-29), [2]
o sacrifício de filhos era condenado pela Lei (Lv 18:21; 20:2-5),
[3] nenhum sacerdote oficiaria um sacrifício humano, [4] a carta de
Jefté aos amonitas mostra que ele conhecia a lei, pois ela era a
fonte da história que ele citou.
Mas, e o restante da história?
Ele é contado, nas palavras simples da filha adolescente: “Pai
meu, abriste tu a tua boca ao Senhor; faze de mim como saiu da tua
boca”. Deus tinha sido fiel, ao dar a vitória a Israel. A
pequena família de Jefté , e a sua única filha, deveriam ser
igualmente fiéis a Ele, seja qual fosse o custo.
Fonte: RICHARDS, Lawrence O. Comentário
devocional da Bíblia. Rio de Janeiro: CPAD, 2012, 1ª
ed.
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