“Ame o SENHOR, o seu Deus,
de todo o seu coração, de toda a sua alma e de todas as suas
forças. Que todas estas palavras que hoje lhe ordeno estejam em seu
coração. Ensine-as com persistência a seus filhos.
Converse sobre elas quando estiver sentado em casa, quando estiver
andando pelo caminho, quando se deitar e quando se levantar.”
(Deuteronômio 6:5-7)
O ideal do Antigo Testamento é o de uma comunidade comprometida a
viver para amar a Deus e os outros. A família deveria ser o foco da
instrução. E o foco da família era o pai e a mãe que louvavam a
Deus e levavam a sério suas palavras (Dt 6:5-6). Mães e filhas
trabalhavam juntas no lar, enquanto os filhos trabalhavam com os
pais. Os pais tinham muitas oportunidades para imprimir a Palavra de
Deus em seus filhos, explicando as coisas e as escolhas que fizeram
como resposta às palavras de Deus.
As palavras eram faladas a respeito de Deus quando “sentado em
tua casa e andando pelo caminho, ao deitar-te e ao levantar-te”.
Dessa maneira, a experiência diária era o contexto para se ensinar
o significado da Escritura, pois a instrução da Lei de Deus
acontecia na sala de aula da vida. O exemplo de pais
comprometidos, a intimidade do amor da família, e a oportunidade de
ver como as implicações da Lei de Deus eram seguidas, constituíram
juntos o mais poderoso projeto educacional jamais imaginado. Filo,
escrevendo no tempo do Novo Testamento, diz que os filhos “são
ensinados a crer em Deus, o Único Pai e Criador do mundo, por assim
dizer, desde o berço por seus pais, professores, e por aqueles que
os conduziam, mesmo antes da instrução nas sagradas leis e costumes
não escritos” (Leg. ad Caium, 31).
Os meninos começavam o ensino formal entre as idades de cinco e sete
anos, com um professor pago com uma taxa cobrada de todos aqueles que
tinham filhos. As crianças aprendiam a lei e escrever, mas o centro
do currículo era memorizar as leis bíblicas mais importantes,
aprendendo como viver vidas piedosas, e a conhecer os “feitos dos
antepassados”.
Os filhos também participavam dos cultos da comunidade. Juntavam-se
a muitas das festas anuais: comendo a ceia da Páscoa, revistando a
casa à procura de fermento sete dias antes da Festa dos Pães Asmos,
dormindo fora de casa uma semana durante a Festa dos Tabernáculos.
Cada semana no Shabbath eles participavam do dia semanal de descanso,
e observavam os homens reunidos para discutirem a Torah. E observavam
como o mistério do sacrifício era repetido. Viam adultos confessar
pecados, e alegravam-se na purificação que permitia-lhes
juntarem-se a outros na adoração a Deus. E assim os filhos
cresciam. Mesmo nos tempo tenebrosos, muitos vieram a conhecer, amar,
confiar e obedecer ao Senhor.
Fonte: RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia - uma análise de Gênesis a Apocalipse capítulo por capítulo. Rio de Janeiro: CPAD, 2005.
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