"Para que agora, pela igreja, a multiforme sabedoria de Deus seja conhecida dos principados e potestades nos céus"
(Efésios 3:10)
Em Efésios ( 3.10) lemos que um dos propósitos do ministério de
Paulo era que “pela igreja a multiforme sabedoria de Deus seja
conhecida agora dos principados e potestades nos lugares celestiais”.
A palavra grega aqui traduzida como “pela” é uma preposição
que fala de agência intermediária. É por intermédio da agência
da Igreja que os anjos santos estão aprendendo a multiforme
sabedoria de Deus. Os anjos foram criados antes deste universo haver
sido trazido à existência por meio do ato criativo de Deus, pois
exclamaram de alegria ao contemplarem a beleza da criação original
(Jó 38:7). O universo é muito antigo, com milhões de anos,
conforme é demonstrado pela ciência da astronomia. Os anjos tem
estado a contemplar a majestade e a glória de da Deidade durante
todos esses milênios e, no entanto, ainda não haviam aprendido
certas coisas referentes ao seu próprio Criador, as quais só a
Igreja lhes podia ensinar. Pedro, em sua primeira epístola (1.12),
nos informa quais são essas coisas que os anjos desejam
apaixonadamente perscrutar. Os anjos nunca tiveram uma concepção do
amor, da graça, da humildade e do auto-sacrifício de Deus, até que
puderam contemplar essas coisas na Igreja. Ali vêem o Calvário,
onde o Criador morreu, o Justo em lugar dos injustos. Ali vêem a
encarnação, onde o Criador se revestiu da forma e das limitações
de um ser criado. Ali vêem o poder de Deus, que pode transformar um
pecaminoso ser humano na imagem do querido filho de Deus,
manifestação essa de poder muito maior do que a que operou durante
a criação do universo. Deus fez aparecer um universo inteiro
mediante uma simples palavra proferida. No entanto, foi preciso o
Calvário para tornar possível a Igreja. Dessa maneira, a igreja
provê um curso universitário para os anjos. Como eles nos observam!
Como ficam admirados conosco! Sendo nós serem inferiores aos anjos,
na escala da criação, em Cristo somos exaltados a uma posição
superior à dos anjos, passando a fazer parte da própria família de
Deus.
A tradução mais plena pode ser como segue: “A fim de que a
variegada sabedoria de Deus pudesse ser conhecida dos principados e
autoridades nos lugares celestiais, por meio da agência
intermediária da Igreja”.
Fonte:
WUEST,
Kenneth S. Jóias
do Novo Testamento Grego. São
Paulo: Imprensa Batista Regular, 1986, 3ª
impressão. 118 p.
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