[…]
À medida que discipularmos nossos alunos, desejaremos estar cientes
de dois aspectos básicos da afetividade: (1) o de cuidar de nossos
alunos e (2) o de aceitá-los como eles são. Ambos os aspectos
permitem-nos comunicar o amor de Cristo e derrubar as paredes
relacionais entre nós e eles. O professor discipulador cuida de seus
alunos mostrando interesse, consideração e apreciação por
eles. Quando estão sob tensão, o interesse do professor
manifesta-se quando ouve atenta e seriamente um aluno falar de algum
problema pessoal. Orar quando o aluno compartilha uma necessidade
também demonstra o cuidado amoroso do professor, quando este em ação
subsequente faz um telefonema, envia um cartão ou escreve uma carta.
O professor pode ser uma fonte inesgotável de informação útil ou
de sugestões como uma excrescência de suas próprias perícias.
Mostrar cuidado pelo aluno discípulo também toma a forma de
exortação (“Por que não tenta?”), encorajamento (“Você
consegue!”) e confrontação (“Por que não tentou?”),
dependendo da necessidade.
Além
do interesse, manifestamos cuidado pelos alunos mediante a
consideração. Esta evidencia-se por coisas como fixar objetivos
e exigências razoáveis e atingíveis, e por ter a preocupação de
limitar os deveres de casa e outras responsabilidades extra-aula.
Também demonstramos consideração na sala de aula tratando com
dignidade e respeito. Depreciar não pertence `s educação bíblica
e certamente não tem lugar no ministério do discipulado.
Como
professores discipuladores também cuidamos de nossos alunos
denotando apreciação por eles. Isto pode facilmente ser
realizado por uma palavra de agradecimento ou elogio por um trabalho
bem feito. A apreciação sincera é cativante e, quando modelada
regularmente pelo professor, torna-se atividade compartilhada entre
os membros da classe.
Repare
nesta questão da apreciação que o uso do humor ofensivo sempre
destrói a eficácia do ministério do discipulado. Devasta
relacionamento e deve ser evitado. Talvez alguém pense que com humor
ofensivo a gente consegue fazer um amigo, mas na realidade adquirimos
inimigos quando criamos uma certa tensão em nosso relacionamento.
Evite este comportamento a qualquer custo.
Aceitar
o aluno constitui o segundo aspecto da afetividade. Este envolve
aceitar a pessoa e seus sentimentos. Deus criou cada um de nós de
modo exclusivo no útero materno (Sl 139:13-16). Ele formou cada ser
humano com certas tendências, forças e fraquezas. A cada indivíduo
Ele deu uma personalidade que o torna especial, e vários talentos e
dons para o ministério que o transformam no tipo de pessoa que o
Senhor quer que ele seja. O professor é responsável por conhecer
seus alunos – a individualidade de cada um deles, como cada um
contribui no uso de suas aptidões, onde estão seus pontos fortes e
fracos. Um aluno pode ser loquaz e expansivo; outro, quieto e
analítico.
O
professor discipulador não deve exigir que um estudante seja igual
aos outros. Como discipulador, o professor tem de aceitar cada um com
suas forças e limitações dadas por Deus, e desafiá-los a ser, do
seu jeito, o melhor que puder em prol da causa de Jesus. Cuidado e
aceitação acrescentam à afetividade parte indispensável do
ministério do discipulado que o professor faz.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
GANGEL, Kenneth O.; HENDRICKS, Howard G.. Manual de ensino para o
educador cristão: Compreendendo a natureza, as bases e o alcance do
verdadeiro ensino cristão. Rio de Janeiro: Cpad, 1999. 408 p.
0 comentários:
Postar um comentário