*Brennam Manning*
“A oração é outra área em
que muitos têm dificuldades porque não estão conscientes de que na
liberdade do Espírito há tantos modos de orar quanto cristãos. A
regra cardeal da oração permanece o dito de Don Chapman: 'Ore
como você consegue; não ore como você não consegue'.
Suponhamos que você dê para
sua filha de três anos um liro de colorir e uma caixa de giz de
cera como presente de aniversário. No dia seguinte, ostentando o
sorriso orgulhoso que somente um pequeno pode reunir, ela apresenta
as primeiras figuras para sua inspeção. Ela coloriu o sol de preto,
a grama de roxo e o céu de verde. No canto inferior direito, ela
acrescentou maravilhas confusas de placas flutuantes e anéis
suspensos; à esquerda, um arsenal de rabiscos coloridos e
despreocupados. Você se maravilha diante dos traços ousados dela e
intui que sua psiquê está lutando contra sua própria pequenez
cósmica diante de um mundo grande e feio. Mais tarde, no escritório,
você compartilha com sua equipe o primeiro esforço artístico de
sua filha e faz veladas referências às obras mais precoces de Van
Gogh.
Nenhuma criancinha é capaz de
colorir mal; tampouco nenhum filho de Deus é capaz de fazer uma
oração ruim. 'Um pai se deleita quando seu filho pequenino,
deixando de lados seus brinquedos e amigos, corre até ele e atira-se
em seus braços. Enquanto abraça seu pequenino junto de si, o pai
pouco se importa se a criança está olhando ao redor, sua atenção
passando rapidamente de uma coisa para a outra, ou apenas se
aconchegando para dormir. Essencialmente, a criança está escolhendo
estar com seu pai, confiante do amor, do cuidado e da segurança que
são seus nos braços dele. Nossa oração é bem semelhante. Nós
nos aconchegamos nos braços do Pai, em suas mãos amorosas. Nossa
mente, nossos pensamentos, nossa imaginação podem saltar de um lugar para outro; podemos até mesmo cair no sono, porém estamos
essencialmente escolhendo permanecer durante esse tempo na intimidade
com nosso Pai, entregando-nos a ele, recebendo seu amor e cuidado,
deixando que ele desfrute de nós à vontade. É oração simples. É
oração bem infantil. É oração que nos abre para todos os
deleites do reino.' ”
Fonte: extraído de MANNING,
Brennam. O evangelho maltrapilho. São Paulo: Mundo
Cristão, 2005
0 comentários:
Postar um comentário