Há
um potencial muito real para as pessoas serem socializadas numa
subcultura cristã e nunca conhecer verdadeiramente o Pai. Uma pessoa
pode aprender a linguagem, os comportamentos, as atitudes e os
valores do Cristianismo, mas nunca ser salva. Um defensor da
abordagem social à educação cristã foi o liberal clássico George
Albert Coe, que observou
"Assim como as crianças
prontamente aceitam nossa instrução, assim elas abertamente imitam
nossos atos religiosos. A oração noturna, o agradecimento antes das
refeições, a participação no culto – essas coisas, sob
condições favoráveis, são benquistas; não requerem coerção.
Mas elas não podem, sem outras evidências, ser consideradas como
sinais claros de religiosidade."
[…]
A
fé cristã é mais do que aprender os comportamentos certos. É uma
questão de relacionamento certo com Deus. O perigo é confundir o
exterior com o interior, confundir os costumes sociais com a
regeneração e a fé verdadeira.
[…]
Pode
haver um perigo real de induzir as pessoas a “viver como cristãs”,
mas nunca apresentar-lhes Jesus. A salvação é uma questão de fé
e fé inclui um relacionamento com Deus. A socialização pode
ensinar uma pessoa a fazer parte da comunidade cristã sem ter um
relacionamento vivo com Deus.
Essa
crítica não é só à socialização. Isso pode acontecer em
qualquer modo de ensino, porque nós não podemos medir, ou conhecer
com certeza o relacionamento de alguém com Deus. Mas há um perigo
inerente e específico em confundir a adaptação a uma subcultura,
tal como a cristã, com ter um relacionamento redentivo com Deus. Os
defensores de um modelo puro de socialização devem reconhecer esse
perigo.
Nós
devemos nos lembrar da mensagem do profeta Malaquias a Israel. Ele
disse que Deus não queria suas festas, seus sacrifícios e suas
ofertas. Por intermédio do profeta Deus disse “Tomara houvesse
entre vós quem feche as portas, para que não acendêsseis, debalde,
o fogo do meu altar. Eu não tenho prazer em vós, diz o Senhor dos
Exércitos, nem aceitarei da vossa mão a oferta” (Ml 1:10).
Mesmo
que Deus tenha ordenado as festas e os sacrifícios, ele agora os
recusa, porque eles estavam sendo oferecidos sem o compromisso. O
povo estava praticando RITUAIS VAZIOS, sem significado, e eram
portanto uma abominação ao Senhor. Eles tinham sido socializados em
sua religião, mas não tinham fé, não tinham um relacionamento
verdadeiro com Deus.
Extraído de DOWNS, Perry G. Ensino e Crescimento - uma introdução à educação
cristã. São Paulo: Cultura Cristã, 2001, pg. 198-199.
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