"Oh! Quanto amo a tua lei! É a minha meditação em todo
o dia! Tu, pelos teus mandamentos, me fazes mais sábio que meus
inimigos, pois estão sempre comigo. Tenho mais entendimento do que
todos os meus mestres, porque medito nos teus testemunhos. Sou mais
prudente do que os velhos, porque guardo os teus preceitos. Desviei
os meus pés de todo caminho mau, para observar a tua palavra. Não
me apartei dos teus juízos, porque tu me ensinaste. Oh! Quão doces
são as tuas palavras ao meu paladar! Mais doces do que o mel à
minha boca. Pelos teus mandamentos, alcancei entendimento; pelo que
aborreço todo falso caminho.
Lâmpada para os meus pés é tua palavra e luz, para o
meu caminho. Jurei e cumprirei que hei de guardar os teus justos
juízos. Estou aflitíssimo; vivifica-me, ó SENHOR, segundo a tua
palavra. Aceita, SENHOR, eu te rogo, as oferendas voluntárias da
minha boca; ensina-me os teus juízos. A minha alma está de contínuo
nas minhas mãos; todavia, não me esqueço da tua lei. Os ímpios me
armaram laço; contudo, não me desviei dos teus preceitos. Os teus
testemunhos tenho eu tomado por herança para sempre, pois são o
gozo do meu coração. Inclinei o meu coração a guardar os teus
estatutos, para sempre, até ao fim." (Salmos
119:97-112)
“Lâmpada
para os meus pés é a tua Palavra.” O salmista exclama “Quanto
amo a tua lei!”. E depois acrescenta que se tornou mais sábio
que os seus inimigos e alcançou mais compreensão que os seus
mestres. Mas isso não é para causar admiração, porque as
intuições de quem ama são rápidas e infalíveis. Os que amam,
sabem. Nós temos dois órgãos de conhecimento: a cabeça e o
coração. Este é o mais ágil e o mais verdadeiro dos dois, e
acha-se predisposto ao amor, tanto humano quanto divino, como a lira
às mãos do músico. O estudo da Palavra de Deus feito por alguém
que a ama, dá-lhe uma compreensão que nenhuma cultura universitária
é capaz de conferir, mesmo que esse alguém seja simples e iletrado.
Ele fica de posse de uma lâmpada que o guia certeiramente pelas
trilhas sinuosas desta vida mortal.
Também
existe outra vantagem: aquele que é profundamente instruído na
Palavra de Deus detesta todo caminho de falsidade. E não é que ele
seja simplesmente advertido a não tomá-lo: ele não quer tomá-lo.
O resultado do amor à Bíblia, e do estudo dela, é uma aversão
ao pecado. Podemos não reter tudo o que aprendemos, mas a água
que passa por uma peneira a limpa.
(MEYER,
F.B. Comentário Bíblico. Belo Horizonte: Betânia,
2002, 2ª
ed., p.321)
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