"Mas agora
Deus colocou os membros no corpo, cada um deles como quis. E, se todos
fossem um só membro, onde estaria o corpo? Assim, pois, há muitos
membros, mas um corpo. E o olho não pode dizer à mão: Não tenho
necessidade de ti; nem ainda a cabeça aos pés: Não tenho necessidade de vós. " (1 Coríntios 12:18-21)
Nariz e Mão estavam assentados e
conversavam a igreja. O culto da manhã, conduzido por Ouvido e Boca, havia
terminado, e Mão estava dizendo a Nariz que ele sua família tinham decidido
procurar uma igreja diferente.
“Verdade?” - reagiu Nariz à
notícia dada por Mão. “Por quê?”
“Oh! eu não sei!”, respondeu Mão,
olhando para baixo. Ele costumava ser mais demorado a falar do que os outros
membros da igreja. “Acho que isso se deve ao fato de que a igreja não tenha o
que minha esposa e eu desejamos.”
“Então, o que vocês procuram em
uma igreja?”, perguntou Nariz. Ele falou estas palavras em um tom de simpatia.
Mas, ainda que falasse daquela maneira, sabia que rejeitaria a resposta que Mão
lhe daria. Se ele e sua esposa não podiam ver que Nariz e os demais líderes
estavam conduzindo a igreja na direção certa, a igreja poderia prosseguir sem
eles.
Mão tinha que pensar antes de
responder. Ele e sua esposa gostavam do pastor Boca e de sua família. E o
ministro de música, o Sr. Ouvido, trabalhava muito bem. “Ora, creio que estamos
procurando uma igreja em que as pessoas são mais parecidas conosco”, ele
declarou finalmente.
“Tentamos gastar tempo com os
Pernas, mas não nos saímos bem. Em seguida, nos unimos no pequeno grupo para
todos os Pés. Mas eles teimavam em conversar sobre meias, sapatos e odores. E
isso não nos interessa.”
Agora, Nariz olhou para ele com
verdadeira surpresa: “Vocês não se alegram em que eles se interessem por
odores?”
“Claro, com certeza. Mas isso não
é para nós. Depois, frequentamos a Escola Dominical que atende a todos vocês,
características faciais. Você se lembra? Viemos durante vários domingos, alguns
meses atrás?”
“Foi ótimo ter vocês conosco.”
“Obrigado. Mas todos querem apenas
conversar, ouvir, cheirar e saborear. Senti como se vocês nunca quisessem
trabalhar e sujar as mãos. De qualquer modo, minha esposa e eu pensamos em
examinar aquela igreja nova no lado oeste da cidade. Ouvimos que eles batem
muitas palmas e levantam as mãos, e isso se aproxima do que necessitamos
agora.”
“Hum!”, respondeu Nariz. “Entendo
o que você quer dizer. Não desejamos vê-los deixar a igreja. Mas acho que devem
fazer o que é bom para vocês.”
Naquele momento, A Sra. Mão, que
estivera envolvida em outra conversa, se voltou para unir-se ao esposo e ao Sr.
Nariz. O Sr. Mão explicou brevemente o que ele e Nariz conversavam; depois
disso, Nariz reiterou sua tristeza ante a perspectiva da saída deles. Contudo,
ele disse outra vez que entendia o desejo deles, visto parecer que suas
necessidades não estavam sendo satisfeitas.
A Sra. Mão balançou a cabeça em
confirmação. Ela queria ser educada, mas, verdade seja dita, não estava triste
por deixar a igreja. Durante os anos, seu esposo fizera tantas observações
críticas a respeito da igreja, que seu coração começara a refletir tais
críticas. De fato, ele costumava desculpar-se por “ser tão negativo”, conforme
dizia. Contudo, as pequenas queixas que ele deixava escapar aqui e ali tiveram
efeito. Os pequenos grupos eram de certo modo falaciosos. A música era um pouco
desatualizada. Os programas pareciam ingênuos. O ensino não se harmonizava com
o gosto deles. Afinal de contas, era-lhes difícil identificar com exatidão
todos os problemas, mas já haviam decidido que a igreja não lhes servia.
Além de tudo isso, a Sra. Mão sabia
que Dedo Mínimo, seu filho, não se sentia a vontade no grupo de jovens. Todos
eram muito diferentes dele; por isso, se
sentia inconveniente ao grupo.
A Sra. Mão disse algo a respeito
de como apreciava o Sr. Nariz e os líderes da igreja. No entanto, a conversa já
tinha ido longe demais para ele. E, ainda, o perfume da Sra. Mão fazia com que
ele desejasse espirrar. Agradeceu à Sra. Mão o encorajamento, reafirmou sua
tristeza por ouvir que deixariam a igreja, virou-se e afastou. Quem tinha
necessidade dos Mãos? Aparentemente, eles não precisavam do Sr. Nariz.
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