"...Se vós permanecerdes na minha palavra, verdadeiramente sereis meus discípulos" (João 8:31)
sábado, 25 de fevereiro de 2012
segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012
Uma parábola...
"Mas agora
Deus colocou os membros no corpo, cada um deles como quis. E, se todos
fossem um só membro, onde estaria o corpo? Assim, pois, há muitos
membros, mas um corpo. E o olho não pode dizer à mão: Não tenho
necessidade de ti; nem ainda a cabeça aos pés: Não tenho necessidade de vós. " (1 Coríntios 12:18-21)
Nariz e Mão estavam assentados e
conversavam a igreja. O culto da manhã, conduzido por Ouvido e Boca, havia
terminado, e Mão estava dizendo a Nariz que ele sua família tinham decidido
procurar uma igreja diferente.
“Verdade?” - reagiu Nariz à
notícia dada por Mão. “Por quê?”
“Oh! eu não sei!”, respondeu Mão,
olhando para baixo. Ele costumava ser mais demorado a falar do que os outros
membros da igreja. “Acho que isso se deve ao fato de que a igreja não tenha o
que minha esposa e eu desejamos.”
“Então, o que vocês procuram em
uma igreja?”, perguntou Nariz. Ele falou estas palavras em um tom de simpatia.
Mas, ainda que falasse daquela maneira, sabia que rejeitaria a resposta que Mão
lhe daria. Se ele e sua esposa não podiam ver que Nariz e os demais líderes
estavam conduzindo a igreja na direção certa, a igreja poderia prosseguir sem
eles.
Mão tinha que pensar antes de
responder. Ele e sua esposa gostavam do pastor Boca e de sua família. E o
ministro de música, o Sr. Ouvido, trabalhava muito bem. “Ora, creio que estamos
procurando uma igreja em que as pessoas são mais parecidas conosco”, ele
declarou finalmente.
“Tentamos gastar tempo com os
Pernas, mas não nos saímos bem. Em seguida, nos unimos no pequeno grupo para
todos os Pés. Mas eles teimavam em conversar sobre meias, sapatos e odores. E
isso não nos interessa.”
Agora, Nariz olhou para ele com
verdadeira surpresa: “Vocês não se alegram em que eles se interessem por
odores?”
“Claro, com certeza. Mas isso não
é para nós. Depois, frequentamos a Escola Dominical que atende a todos vocês,
características faciais. Você se lembra? Viemos durante vários domingos, alguns
meses atrás?”
“Foi ótimo ter vocês conosco.”
“Obrigado. Mas todos querem apenas
conversar, ouvir, cheirar e saborear. Senti como se vocês nunca quisessem
trabalhar e sujar as mãos. De qualquer modo, minha esposa e eu pensamos em
examinar aquela igreja nova no lado oeste da cidade. Ouvimos que eles batem
muitas palmas e levantam as mãos, e isso se aproxima do que necessitamos
agora.”
“Hum!”, respondeu Nariz. “Entendo
o que você quer dizer. Não desejamos vê-los deixar a igreja. Mas acho que devem
fazer o que é bom para vocês.”
Naquele momento, A Sra. Mão, que
estivera envolvida em outra conversa, se voltou para unir-se ao esposo e ao Sr.
Nariz. O Sr. Mão explicou brevemente o que ele e Nariz conversavam; depois
disso, Nariz reiterou sua tristeza ante a perspectiva da saída deles. Contudo,
ele disse outra vez que entendia o desejo deles, visto parecer que suas
necessidades não estavam sendo satisfeitas.
A Sra. Mão balançou a cabeça em
confirmação. Ela queria ser educada, mas, verdade seja dita, não estava triste
por deixar a igreja. Durante os anos, seu esposo fizera tantas observações
críticas a respeito da igreja, que seu coração começara a refletir tais
críticas. De fato, ele costumava desculpar-se por “ser tão negativo”, conforme
dizia. Contudo, as pequenas queixas que ele deixava escapar aqui e ali tiveram
efeito. Os pequenos grupos eram de certo modo falaciosos. A música era um pouco
desatualizada. Os programas pareciam ingênuos. O ensino não se harmonizava com
o gosto deles. Afinal de contas, era-lhes difícil identificar com exatidão
todos os problemas, mas já haviam decidido que a igreja não lhes servia.
Além de tudo isso, a Sra. Mão sabia
que Dedo Mínimo, seu filho, não se sentia a vontade no grupo de jovens. Todos
eram muito diferentes dele; por isso, se
sentia inconveniente ao grupo.
A Sra. Mão disse algo a respeito
de como apreciava o Sr. Nariz e os líderes da igreja. No entanto, a conversa já
tinha ido longe demais para ele. E, ainda, o perfume da Sra. Mão fazia com que
ele desejasse espirrar. Agradeceu à Sra. Mão o encorajamento, reafirmou sua
tristeza por ouvir que deixariam a igreja, virou-se e afastou. Quem tinha
necessidade dos Mãos? Aparentemente, eles não precisavam do Sr. Nariz.
sábado, 18 de fevereiro de 2012
Dicas para escolher uma Bíblia de estudo pessoal
*publicado inicialmente no CincoSolas
Algumas pessoas pedem dicas para comprar uma Bíblia de estudo. São várias as opções no mercado, então ao invés de indicar uma em específico, listo as principais características de uma boa Bíblia de estudo pessoal. Você verá que não tem muito a ver com as Bíblias comerciais existentes no mercado.
1. Letras grandes
Se você vai estudar a Bíblia, irá lê-la frequentemente.
Então a principal características é que ela seja de fácil leitura, ou seja, que não canse a vista. É bom que você verifique o tamanho e o tipo da fonte, além da cor do papel, para ver se proporciona uma leitura confortável.
2. Margens grandes
Bíblia pequena geralmente implica letra pequena e margens pequenas. Se você vai estudar a Bíblia, deverá fazer anotações nas margens. Por isso as margens devem ser de tamanho tal que permitam o registro de observações, descobertas e pontos de vista.
3. Ausência de notas
Um dos principais obstáculos a um estudo proveitoso do texto bíblico é a existência de notas. Elas competem em autoridade com o texto e produzem preconceitos. Você deve estudar o que a Bíblia diz e não o que alguém diz sobre o que a Bíblia diz.
4. Sem subtítulos
Isto não é de importância fundamental, mas se você encontrar Bíblias que não tragam subtítulos, é melhor. Pois estes também acabam por te levar ao texto com uma idéia pré-concebida, às vezes não tão precisa. Por exemplo, no texto com a oração que o Senhor ensinou, às vezes encontramos o título "A oração do Senhor", quando a oração do Senhor está em João 17.
5. Com referências cruzadas
Referências cruzadas indicam passagens paralelas. São bastante úteis para você comparar Escritura com Escritura, obtendo o ensino geral das Escrituras sobre um determinado tema.
6. Com concordância
Um concordância ajuda você a encontrar passagens bíblicas que você já leu, a partir de algumas palavras que você lembra que estão no texto. Também é útil para estudo de grandes temas da Bíblia
7. Tradução verdadeira
Deixei por último a dica mais importante. A escolha de uma boa tradução é fundamental. O primeiro critério é que seja de fato uma tradução verdadeira e não uma paráfrase. Embora as paráfrases como a Bíblia na Linguagem de Hoje, a Bíblia Viva e Cartas para Hoje sejam de fácil leitura, são uma interpretação e não uma tradução propriamente dita. Entre as traduções, considero as melhores para estudo, embora não sejam de tão fácil leitura, a Almeida Corrigida Fiel e Almeida Revista e Corrigida. Outras boas opções são a Almeida Revista e Atualizada e a Nova Versão Internacional.
Fonte: http://cincosolas.blogspot.com
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Bibliologia
sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012
O homem sábio cava
Em Lucas 6:46-49, lemos a história sobre os dois construtores. Ela começa com uma pergunta perscrutadora de Jesus - “Por que me chamais Senhor, Senhor, e não fazeis o que vos mando?”. Na sequência, Jesus fala sobre dois homens e duas atitudes em frente a uma mesa situação: a edificação de uma casa.
Primeiramente, a pergunta do Mestre é oportuna, pois revela o público a quem ele se dirigia. Jesus fala com pessoas religiosas, pessoas que afirmam conhecer a Deus, pessoas que afirmam que Jesus é o Senhor. Contudo, são pessoas que vivem apenas na superfície da vida cristã, sem um maior aprofundamento no relacionamento pessoal com seu Senhor.
Com a história dos dois construtores, Jesus está nos dizendo que existem alicerces estáveis e alicerces não estáveis sob os quais edificamos nossa casa espiritual, e que nossas escolhas determinarão as bases sob as quais edificaremos nossas vidas. Um dos homens da história, o insensato, construiu sua casa sob a areia. Talvez fosse uma bela casa, num belo lugar... talvez numa bela praia, com areias macias e limpas... talvez esta construção tivesse até durado muito tempo, contudo, vindo uma tempestade mais forte, a casa desabou, pois fora edificada sob uma base instável. Outro construtor, denominado prudente, teve mais trabalho para construir sua casa. Ele teve que cavar toda a areia até encontrar a rocha. Cavar exige esforço... este construtor certamente teve que dispor de muito mais tempo para lançar o fundamento de sua casa, porém seu trabalho não foi em vão, pois, vindo a tempestade, sua casa permaneceu em pé.
Nossa vida espiritual é assim. Muitos se contentam apenas em andar nas areias do cristianismo; suas experiências espirituais limitam-se apenas àquelas que experimentam nos cultos ou reuniões das quais participam. Tornam-se cristãos fracos, sem conteúdo, sujeitos a naufragar na fé e até a desistir de Deus. Outros não se acomodam e vão além... cavam cada vez mais fundo até atingirem uma profundidade na qual os fundamentos de sua fé não ruirão jamais.
O homem sábio cava. É uma obra árdua e que exige esforço. Cavar as Escrituras exige tempo de estudo. Exige renunciar um tempo que dedicaríamos ao nosso prazer pessoal para nos lançarmos humildemente aos pés do Mestre como aprendizes.
Na primeira carta aos Coríntios, capítulo 3, Paulo fala que ninguém pode colocar outro fundamento além do que já está posto, Jesus Cristo, mas devemos construir o edifício da nossa fé sob este fundamento. E tal construção poderá ser realizada com materiais duráveis (ouro, prata, pedras preciosas) ou materiais não duráveis (madeira, feno, palha). A Palavra de Deus é a planta, é o projeto que deveremos seguir para construir a nossa casa espiritual. Que você se lance profundamente ao estudo da Escritura para que as circunstâncias adversas desta vida não te derrube.
“ ...
É semelhante ao homem que edificou uma casa, e cavou, e abriu
bem
fundo, e pôs os alicerces sobre rocha; e, vindo a enchente, bateu
com
ímpeto a corrente naquela casa e não a pôde abalar, porque
estava
fundada sobre rocha.” (Lucas 6:48)
by Célio A Silva
celius.silva@gmail.com
REFERÊNCIA:
HARRIS, Joshua. Cave mais fundo. Editora Fiel, 1.ed, 2011.
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quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012
A Educação Cristã deve enfocar o ensino da Escritura
Porque é
a verdade que santifica e liberta, e porque a Palavra de Deus é a
verdade, uma educação eficaz deve ensinar a Palavra de Deus. A
interação com a Escritura é essencial para a saúde espiritual da
congregação e sem ela o crescimento espiritual é impossível.
Há uma
crescente falta de ênfase ao ensino da Bíblia nos programas
educacionais de nossas igrejas, com ênfase cada vez mais em
satisfazer as necessidades das pessoas. Cursos sobre administração
financeira, comunicação no casamento, a quebra de padrões de
co-dependência, e uma gama de outros estudos “orientados pela
necessidade” estão substituindo estudos mais biblicamente e
teologicamente orientados. A pressuposição subjacente parece ser
que a Bíblia e a Teologia são irrelevantes para a vida moderna.
[...]
Os
evangélicos modernos são caracterizados por um alto grau de
confiança na autoridade, infalibilidade e inerrância da Escritura.
Nós somos conhecidos principalmente como o “povo do livro”.
Mesmo assim, nossa prática não é consistente com nossa crença.
Nós argumentamos sobre a importância teológica da Escritura, mas
cada vez mais a tratamos como periférica para a nossa fé. Aprender
a Palavra significa viver a Palavra. Somente o conhecimento que é
traduzido em ação é aceitável.
Se é
verdade que Deus inspirou os autores da Bíblia e que as Escrituras
contém exatamente as palavras que Deus designou, então o que se
segue é que nós devemos ensinar as Escrituras ao nosso povo. Nós,
entre todos os povos, devemos ser aqueles que não somente afirmam o
valor da Bíblia, mas que também ensinam a Bíblia ao seu
povo.
A
Escritura não é irrelevante para a experiência moderna. As suas
verdades eternas são relevantes e essenciais hoje exatamente como
elas foram quando primeiro escritas. Os temas centrais da Escritura –
santidade, eleição, propiciação, pecado, redenção, providência
e uma gama de outros – são importantes para nós se quisermos
viver como povo de Deus. Se queremos que o nosso povo tenha a mente
renovada, nossos programas educacionais devem ensinar-lhes a Bíblia.
Karl
Barth, o brilhante teólogo suíço, não tinha a mesma visão a
respeito da Escritura que os evangélicos modernos, mas ele
valorizava a Bíblia. Quando não jurou lealdade a Adolph Hitler, ele
foi forçado a deixar a sua posição de professor na Universidade
Bonn. Suas palavras finais aos seus alunos foram: “E agora
chegou o fim. Assim, ouçam o meu último conselho: exegese, exegese
e mais exegese! Permaneçam na Palavra, a Escritura que nos foi
dada”.
Karl
Barth entendia que o cristianismo é primeiro uma religião de texto,
cuja identidade e autoridade são baseadas na doutrina da inspiração.
Nossos programas educacionais devem refletir essa convicção se
queremos alimentar espiritualmente crentes maduros.
(extraído
de “INTRODUÇÃO À EDUCAÇÃO CRISTÃ - Ensino e Crescimento”,
de Perry G. Downs. Editora Cultura Cristã, 2001, pgs. 164/165)
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quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012
História da Escola Bíblica Dominical
O
movimento religioso que nos deu a Escola Dominical como a temos hoje,
começou em 1780, na cidade de Gloucester, no sul da Inglaterra. O
fundador foi o jornalista evangélico (episcopal) Roberto Raikes, de
44 anos, redator do “Gloucester Journal”. Raikes foi inspirado a
fundar a Escola Dominical ao sentir compaixão pelas crianças de
sua cidade, perambulando pelas ruas, entregues à ociosidade, ao
abandono e ao vício, sem qualquer orientação espiritual. Ele, que
já trabalhava entre os detentos das prisões da cidade, pensou no
futuro daquelas crianças e decidiu fazer algo em seu favor, a fim de
que mais tarde também não fossem parar na cadeia. Procurava as
crianças em plena rua e as conduzia ao local de reunião,
fazendo-lhes apelo para que todos os domingos estivessem ali
reunidas. O início do trabalho não foi fácil.
Outro
grande promotor da Escola Dominical então incipiente foi o batista
londrino Willian Fox, trabalhando harmonicamente com Raikes.
De acordo
com as diretrizes de Raikes, nas reuniões dominicais, além do
Ensino das Escrituras, era também ministrado às crianças
rudimentos de linguagem, aritmética e instrução moral e cívica. O
ensino das Escrituras consistia quase sempre de leitura e recitação,
Em seguida, teve início a prática de comentar os versículos lidos.
Muito depois é que surgiu a revista da Escola Dominical, com lições
seguidas e apropriadas.
Raikes
enfrentou oposição. As Igrejas da época encararam o surgimento da
Escola Dominical como uma inovação e coisa desnecessária. Os mais
zelosos (?) acusaram Raikes de “profanador do domingo”. Diziam os
seus oponentes que reuniões de crianças mal comportadas, no templo,
era uma profanação. Raikes não tomava conhecimento disso e a obra
tomava vulto. O jornal do qual ele era redator foi uma coluna forte
na defesa e apoio da nóvel instituição, publicando extensa série
de artigos sob o título A ESCOLA DOMINICAL, reproduzidos nos jornais
londrinos.
Foi assim
o começo da Escola Dominical – o começo de um dos mais poderosos
movimentos da história da igreja...
ALGUNS
FATOS HISTÓRICOS
Em
janeiro de 1782 funcionou a primeira Escola Dominical em caráter
permanente. O trabalho começou a crescer e Raikes resolveu dar
início a um movimento de expansão, criando novas escolas. O início
desse movimento deu-se em 3 de novembro de 1783 – até hoje
considerado como o dia natalício da Escola Dominical. Foi realmente
nessa data que o movimento firmou-se, tomou posição e caráter
permanente. Agora, as Igrejas passaram a dar apoio ao trabalho de
Raikes. A Escola passou da rua e casas particulares para os templos,
os quais passaram a encher-se de crianças e adolescentes.
O
pensamento de Raikes o iniciar as reuniões foi apenas o da reforma
de costumes das crianças, mas agora, a Escola Dominical já adotada
pela igreja, transformou-se numa escola bíblica para todas as idades
e classes.
Antes de
Raikes já havia reuniões similares de instrução bíblica, é
evidente, mas foi ele quem popularizou e dinamizou o movimento, usado
por Deus. Na linguagem dos comerciantes, foi ele quem pôs a
mercadoria na praça. Por sua vez, o atual sistema de escolas
públicas gratuitas inspirou-se no movimento da Escola Dominical.
Durante
muito tempo, só crianças frequentavam a Escola Dominical. Os
adultos ingressaram depois. Hoje, em inúmeros lugares, ocorre o
inverso: quase só adultos são beneficiados, ficando as crianças em
último plano...
Em 1784,
isto é, quatro anos após o início do movimento, a Escola Dominical
já contava com 250 mil alunos matriculados.
Após o
dealbar do século XIX, muitos outros países adotaram a Escola
Dominical, sempre com excelentes resultados. A própria Inglaterra
reconhece que foi preservada de movimentos políticos extremistas e
radicais, como o da Revolução Francesa de 1789, graças ao
despertamento espiritual através de Wesley e Whitefield, e a
educação religiosa provida pela Escola Dominical.
A Escola
Dominical é hoje um dos fatores de promoção do reino de Deus e dos
destinos do mundo, através dos cidadãos nela formados. […] Quem
diria que um começo tão humilde como aquele de 1780, através do
irmão Raikes, chegasse a tão elevado dividendo? Está escrito em Zc
4:10 “...Quem desprezará o dia das coisas pequenas?”
Referência
GILBERTO,
Antônio. Curso de Aperfeiçoamento de Professores da Escola
Dominical. Rio de Janeiro: CPAD, 3.ed, 1976.
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terça-feira, 14 de fevereiro de 2012
7 dicas para entender um livro ou capítulo difícil
Se você precisa ler o mesmo parágrafo ou página várias vezes para conseguir entender, siga essas dicas
Todos nós já nos deparamos com capítulos ou livros que simplesmente não conseguimos compreender. Há muitas razões para isso: talvez o assunto do texto é muito cansativo, ou a matéria é muito além de nosso conhecimento intelectual ou pode ser até mesmo que o próprio escritor tenha dificuldades para explicar o assunto.
Confira as dicas para entender todas as suas leituras:
1) Leia os subtítulos
A maioria dos livros ou capítulos segue uma linha de raciocino específica para explicar seus tópicos, seja uma linha do tempo ou a simples evolução das idéias do autor. Olhe os subtítulos e o sumário e tente mentalizar essa progressão na hora da leitura para não se perder.
2) Leia a introdução e reflita
Todos os livros de não ficção ou artigos terão uma seção introdutória que expõe os pontos principais do livro. Leia essa seção com concentração, pense e absorva as informações novas. Se necessário, faça anotações e fichas para cada conteúdo.
3) Leia o sumário ou resumo
O resumo no fim de um capítulo ou livro serve para reafirmar os pontos que foram mencionados na introdução. (Se eles não fazem isso, então esse livro é realmente difícil de entender). O reforço desses tópicos pode oferecer material em mais profundidade ou de um ponto de vista diferente. Faça com essa sessão o mesmo que fez com a introdução.
4) Fique atento com listas
Sempre procure por palavras que digam que uma lista está a caminho. Na maioria das vezes, as listas não vêm na forma de tópicos, mas no corpo do texto. Se você vir um trecho como esse: “Houve três principais efeitos decorrentes desse evento, e todos eles impactaram o clima político…”, ou algo similar, você pode ter certeza de que uma lista virá em seguida. Os efeitos serão listados, mas eles podem estar separados por muitos parágrafos, páginas ou até capítulos. Procure achá-los e anotá-los.
5) Use o dicionário
Muitos livros técnicos ou até mesmo históricos possuem palavras que não utilizamos em nosso cotidiano e nos parecem estranhas. Algumas podem ser compreendidas por conta do contexto, porém, existem algumas que fazem toda a diferença para a compreensão do material. Fique com um dicionário por perto e não se esqueça de anotar as palavras novas.
6) Revisão dos pontos principais
As anotações que você fez na introdução, sumário e desenvolvimento do texto irão ajudá-lo a compreender o material completo depois de toda leitura. Você conseguirá lembrar-se de tópicos mais complicados e como você os entendeu quando leu pela primeira vez.
7) Use material de apoio
Muitos livros são tão difíceis que outros livros foram escritos para interpretá-los. Aproveite esses materiais de apoio para aquilo que você realmente não entende, ou para uma leitura crítica do conteúdo.
Fonte: www.livrosepessoas.com
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metodologia
segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012
A responsabilidade do ensino cristão
O
texto é um excerto do capítulo “Atendendo por vós
mesmos”, extraído do Manual Pastoral de Discipulado, de Richard
Baxter. Trata da responsabilidade daquele que prega e ensina a
Palavra de Deus, demonstrando que aquilo que é pregado e ensinado
precisa transformar, em primeiro lugar, a vida do próprio orador,
para depois operar na vida do seu ouvinte. Ao final deste tópico,
mostra a necessidade de se alcançar a alma do aluno para nela depositar
a semente da Palavra de Deus, de forma que frutifique, produzindo autênticos servos de Cristo. Que os ensinos aqui deixados por Baxter te inspire e te leve a refletir na natureza do ensino cristão que hoje desenvolvemos.
Estejam
atentos para que o trabalho da graça salvadora seja plenamente
realizado em suas próprias almas
Atentem para que não estejam vazios da mesma graça
salvadora de Deus que oferecem a outros, alheios à operação
efetiva do evangelho que pregam, para que, enquanto proclamam ao
mundo a necessidade de um Salvador, seu próprio coração não seja
negligenciado e acabem perdendo o interesse no próprio Senhor e em
sua obra. Cuidem para que não pereçam, morrendo de fome enquanto
preparam o alimento para o povo.
A promessa de que aqueles que conduzem muitos à justiça
seriam como estrelas fulgentes pressupõe que tais condutores já
tenham sido feitos justos. Considerando de maneira simples, a
necessidade de sua fé é condição contingente de sua glória,
embora o labor ministerial contenha uma promessa de glória ainda
maior. Muitos têm advertido a outros acerca do perigo de caminhar
para o lugar de tormento enquanto eles mesmos correm para a perdição.
Muitos pregadores que, inúmeras vezes, conclamarem os seus ouvintes
a cuidarem diligentemente para fugir do inferno, hoje lá se
encontram. Seria possível a alguém razoável imaginar que Deus o
salve com base na sua obra de pregação a outros, enquanto recusa a
salvação para si mesmo e enquanto profere a verdade que ele próprio
negligencia e abusa? Há alfaiates que, costurando roupas finas
para outros, andam eles mesmos maltrapilhos. Há cozinheiros que
sequer lambem os dedos enquanto servem os mais ricos pratos.
Acreditem, irmãos, Deus jamais salvou um pregador com base no seu
trabalho ou por causa de sua habilidade na pregação, mas sim com
base na obra de justificação e santificação de Cristo, em cuja
graça o cristão permanece fiel. Portanto, cuidem que suas vidas
sejam coerentes com aquilo que desejam convencer os seus ouvintes;
creiam nas coisas sobre as quais desejam persuadir a outros; e
acolham ardorosamente o Salvador aos qual se propõem a oferecer.
Aquele que ordena que nos amemos uns aos outros como a nós mesmos
deixa claro que não deveríamos competir entre nós e nos
destruirmos mutuamente.
Ser um professor não-santificado já é uma grande
temeridade: mas, pior ainda, é ser um pregador não-santificado. Os
senhores não temem que, ao abrir a Bíblia, leiam a sua própria
sentença de morte? Não temem que, ao preparar o sermão, estejam
escrevendo a acusação da própria alma? Quando argumentam
contra um pecado, acaso não fazem aumentar a gravidade de sua
própria condição? A proclamação das insondáveis riquezas de
Cristo e sua graça não anuncia sua própria iniquidade, caso a
rejeitem e evitem? Como os senhores poderão persuadir os homens a
aceitar Cristo, conduzi-los do mundo para uma vida de fé e
santidade, se eles mesmos, despertada a consciência, discernirão
também a confusão interior de quem lhes fala? Muitos, ao falar do
inferno, falam da própria herança; ao descrever as alegrias do céu,
descrevem a própria miséria, pois não têm direito à "herança
dos santos em luz". O que poderá ser dito que não seja contra
a própria alma?
[…]
Portanto, dirijo-me aos senhores, que têm a
responsabilidade da educação dos jovens, especialmente quanto
ao preparo para o ministério. Os senhores, que são professores e
tutores, comecem e terminem todas as coisas em referência a Deus.
Falem diariamente ao coração dos alunos sobre as coisas que devem
ser trabalhadas no coração, ou eles jamais desabrocharão como
obreiros aprovados. Saiam de suas bocas palavras penetrantes sobre
Deus, sobre o estado das almas dos alunos e sobre a vida no porvir!
Não desprezem a mocidade de seus alunos, dizendo que são muito
novos para entender as coisas de Deus - os senhores não imaginam que
impressões eles já possuem. Não apenas as almas dos alunos, mas
também muitas outras almas, terão razões para bendizer a Deus pelo
zelo e diligência de bons mestres, e, até mesmo, por uma palavra
dita no tempo certo. Os pastores-mestres têm uma grande vantagem
sobre as outras pessoas para fazer o bem na vida dos alunos: eles
estão em suas mãos antes de amadurecerem, e os ouvirão ainda que
não ouçam a mais ninguém. Se forem chamados para o ministério, os
senhores os estarão preparando para o serviço especial de Deus. Não
precisariam eles conhecer primeiro aquele a quem servirão? Imaginem
a tristeza que será para as próprias almas e o mal que será para a
Igreja de Deus, se tais alunos deixarem as aulas com os corações
frios e carnais, para realizar uma obra tão grande e santa e
espiritual! Quantos dos nossos alunos de seminários são realmente
sérios, experientes e piedosos? Se, porventura, a metade deles for
enviada para uma obra da qual são indignos, que trabalho cruel será
para a Igreja e para o país! No entanto, se os senhores forem os
instrumentos de sua conversão e santificação, quantas pessoas
serão gratas a Deus por suas vidas! E que bem maior os senhores
poderiam fazer pela Igreja?
Uma vez que seus corações estejam tocados
redentivamente com a doutrina que seus professores estudam e pregam,
os alunos a estudarão com mais afinco e pregarão com maior
fidelidade. A própria experiência os dirigirá aos assuntos mais
próprios, dando-lhes consistência e vivificando-os para que levem a
Palavra à consciência de seus ouvintes. Certifiquem-se, portanto,
de que seu trabalho não contribua para os lamentos da Igreja nem
para o tormento das almas.
(BAXTER,
Richard. Manual Pastoral de Discipulado.
São Paulo: Cultura Cristã, 2008, 1ª
edição, 220 pgs.)
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segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012
O que é a igreja?
“Não sabeis vós que sois o templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós?” ( 1Co 3:16 )
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sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012
Metodologias de Ensino: uma análise crítica do fazer pedagógico na sala de aula
Resumo
Os
métodos de ensino não são um fim, mas um meio pelo qual o
professor logra alcançar os objetivos estabelecidos. O método,
entretanto, por mais eficiente que possa parecer, não é mais
importante do que o aluno. Ele deve ser empregado levando-se em
consideração os paradigmas socioculturais e educacionais, os
objetivos de ensino, a natureza do conteúdo, o nível do aluno, a
natureza da aprendizagem, a realidade sociocultural do aluno, da
escola e da comunidade em que estão adaptados. No uso dos métodos
de ensino é indispensável que o professor conheça
satisfatoriamente os conceitos teóricos que sustentam a metodologia
empregada. Portanto, o melhor método de ensino sempre estará
relacionado a esses conceitos e ao seu contexto fundante, bem como à
relação dialética-dialógica entre o professor e o aluno.
Palavras-chave: método,
procedimentos de ensino, Outro, olhar do formador.
Introdução
Ensinar,
antes de tudo, é um ato mais reflexivo do que metódico. Um
processo repleto de serpenteados, desvios e rupturas. Não se compara
à marcha militar, mas ao borboletear alegre e colorido das festivas
borboletas. O método dirige a aprendizagem por caminhos firmes, mas
palmilhados, desarvorado e ermo até. O método não é um fim, mas
um meio para atingir um epílogo que vai para além da fugacidade do
ano letivo. O método passa, mas a relação professor/aluno
permanece por toda vida.
1.
Visa holística das Metodologias de Ensino
Peterossi
e Fazenda com
muita propriedade afirmaram que a “rigor não existe o método
absoluto e eficiente”.[1] Todo
método é uma trilha[2] e
não um trilho sobre o qual o professor circula sem reflexão,
transportando seus alunos à estação da Aprendizagem.
Não
se usa um método absoluto e único em educação. Os
processos que envolvem o ensino-aprendizagem, a educação e a
formação do sujeito inclui, como asseverou Moura, “toda a teia de
relações entre professor e alunos-alunos”, chamado pela autora de
“metodologia de ensinagem”,
metodologia de ensinagem inclui muito mais do que a simples aplicação de uma técnica em determinado momento da prática pedagógica. Envolve toda a teia de relações entre professor e alunos-alunos que possibilita a realização do processo ensino-aprendizagem. Pressupõe a utilização de métodos, técnica de ensino, atividades e os diferentes recursos pedagógicos, ou como denomina Vygotsky os instrumentos psicológicos.[3]
O
substantivo teia não se entende vulgarmente como
aquilo que prende ou enreda, como pode considerar o leitor desatento
pela fácil associação com o costume aracnídeo, mas a um conjunto
de cadeias interconectadas e indissociáveis de relações entre os
sujeitos. O sujeito como afirma Fernandes é
Constituído por diferentes vozes sociais, é marcado por intensa heterogeneidade e conflitos, espaços em que o desejo se inter-relaciona constitutivamente com o social e manifesta-se por meio da linguagem.[4]
Ensinar,
portanto, é romper com a teia dos
condicionamentos culturais e sociais. É pôr-se em movimento oposto
à paralisia que se recusa à alteridade. É abrir-se ao colóquio
dialético-dialógico.
Além
de o professor conhecer a
matéria a ser ensinada e os objetivos de ensino, Marques assevera
que a consideração do professor em relação ao aluno é
indispensável na escolha do método. De acordo com Marques “a
escolha do método é determinada pela matéria a ser ensinada, pela
maneira como o professor considera o aluno e pelos
objetivos”.[5] Essa
consideração necessariamente implica em um processo de
desconstrução da visão míope que o professor tem de seu aluno.
Assim,
para que o professor ensine,
independente do método, é necessário que rompa, como afirmara
Bakhtin, com as “fronteiras exteriores que configuram o
homem”. [6] O
olhar espacial do mestre, que configura o Outro[7] como
mero recorte da realidade que o cerca, produz uma visão distorcida.
Às vezes, encerra o sujeito no determinismo histórico e no
fatalismo teleológico. As “fronteiras exteriores”, trata-se,
segundo Bakhtin, de uma visão associada ao aspecto físico,
transitório, circunstancial, metamórfico. Porém essa forma de “ver
a outrem” se reduz na subjetividade do professor que, desatento,
julga pela aparência fugaz, em constante mutação. Bakhtin salienta
que
Apenas o outro pode, de maneira convincente, no plano estético (e ético), fazer-me viver o finito humano, sua materialidade empírica delimitada. Num mundo que me é exterior, o outro se oferece por inteiro à minha visão, enquanto elemento constitutivo deste mundo. A cada instante, vivo distintamente todas as fronteiras do outro, posso captá-lo por inteiro com a visão e o tato; vejo o traçado que lhe delimita a cabeça, o corpo contra o fundo do mundo exterior; no mundo exterior, o outro se mostra por inteiro à minha frente e minha visão pode esgotá-lo enquanto objeto entre os outros objetos, sem que nada venha ultrapassar o limite de sua configuração, venha romper sua unidade plástico-pictural, visível e tangível.[8]
Contudo,
essa visão exteriorizada é reducionista, cega e
incapaz de ir além do invólucro material que tanto “aproxima”
como afasta o indivíduo do outro. Com este olhar, o professor apenas
toca o aluno enquanto sujeito tátil, “objeto entre os outros
objetos”, mas jamais lhe atinge a alma, o ser integral – emoção,
vontade e intelecto. O docente que assim vê não é capaz de
enxergar, uma vez que não fora educado a olhar além do invólucro
da subjetividade.
não fomos educados para olhar pensando o mundo, a realidade, nós mesmos. Nosso olhar cristalizado nos estereótipos produziu em nós paralisia, fatalismo, cegueira.[9]
De
acordo com a educadora é imprescindível que o
professor eduque o seu próprio olhar; que deixe de ser míope e
condicionado. Isto somente é possível se o próprio abandonar o
“olhar cristalizado”, condicionado por uma cultura que
desaprendeu a olhar com alteridade, compaixão e amor, no entanto,
(des) aprendeu a ver o próximo como seu concorrente, rival.
Esses estereótipos são formados culturalmente nas salas dos
professores, nas reuniões docentes, nos corredores escolares, quando
emitimos nossas flamejantes opiniões reducionistas a respeito de
nossos alunos, rotulando-os com os estereótipos de uma sociedade
excludente e competitiva, de dominadores e dominados. Da mesma forma
o aluno em relação ao professor.
Percebe-se,
portanto, que
ensinar não é despejar conteúdos na mente do aluno e ignorar o seu
coração e sua experiência de vida. O ensino realiza-se na relação
dialógica entre professor e aluno, por meio de uma educação
problematizadora que supere a contradição educador-educandos, como
afirmava Paulo Freire.[10]
Com
essa mesma perspectiva
afirmou Gramsci que “a relação entre o mestre e o aluno é uma
relação ativa, de referências recíprocas, e portanto todo mestre
é sempre aluno e todo aluno é mestre.”[11] Por
conseguinte, o professor é um “guia amigável” da aprendizagem
do aluno e, segundo Gramsci
a aprendizagem ocorre notadamente graças a um esforço espontâneo e autônomo do discente, e no qual o professor exerce apenas uma função de guia amigável, como ocorre ou deveria ocorrer na universidade. [12]
Diante
do olhar que nega o Outro, qual método realmente eficaz?
2.
O Método Apropriado
Há
muitos caminhos e trilhas para se percorrer quanto
refletimos a respeito das metodologias de ensino. Alguns fazem parte
de uma época áurea, outros são tendências da pedagogia moderna.
Mas ainda assim, são caminhos; meios pelos quais objetiva-se um fim:
uma educação e aprendizagem integral, libertadora e perene que
restitua ao homem a sua condição humana.
Quais
fatores, no entanto, devem nortear a escolha do método? Obviamente:
(1)
a seleção da metodologia[13] depende
dos paradigmas socioculturais (industrial, existencial, dialética
social, simbiosinérgico) e educacionais (racional, tecnológico,
humanista, sociointeracionista, inventivo)[14] adotados.
Esses
modelos possuem sua própria concepção de homem, de
sociedade, de cultura, economia, espiritualidade, dialética e
educação. Saber sob qual paradigma se assenta as escolhas
metodológicas do educador é um importante passo ao quefazer
pedagógico. Quantos educadores usam neologismos,
“pedagogês” da moda, mas com práticas, teorias, paradigmas e
metodologia que conflitam com suas escolhas e práticas pedagógicas?
Todo educador precisa estar cônscio de que as teorias pedagógicas
elaboram seus próprios métodos. O professor/alfabetizador, por
exemplo, tem diante de si inúmeros métodos para alfabetizar a
criança, o jovem e o adulto, mas qual deles realmente assenta-se sob
o paradigma ou marco teórico defendido pelo docente? É possível
ser eclético, como certo pedagogo se expressou acerca de sua prática
didática? É possível ser “conservador” e “progressista” ao
mesmo tempo? Aqui cabe perfeitamente uma crítica aos professores de
Didática. Na formação do futuro formador os professores de
Didática geralmente apresentam um amplíssimo leque de metodologias,
mas descontextualizados de sua fundamentação teórica – eu mesmo
possuo várias cópias xerográficas de métodos completamente
fragmentados, parciais. Todavia estamos cônscios de que esses
métodos estão vinculados a uma teoria com seus pressupostos
específicos, teóricos determinados e visão de homem e sociedade
peculiares. O professor cônscio de suas responsabilidades e
preocupado com sua formação contínua, obviamente fará suas
pesquisas para apreender a fundamentação teórica dos métodos
didáticos apresentados.
(2)
a seleção da metodologia precisa considerar os objetivos de ensino,
natureza do conteúdo, nível do aluno e natureza da
aprendizagem.[15] Sem
esses elementos norteando a escolha do método dificilmente o
professor logrará êxito nos procedimentos de ensino. Segundo Turra,
procedimentos de ensino
são ações, processos ou comportamentos planejados pelo professor, para colocar o aluno em contato direto com coisas, fatos ou fenômenos que possibilitem modificar sua conduta, em função dos objetivos previstos.[16]
A
escolha da metodologia deve
considerar, portanto, a intrínseca relação entre os meios e
procedimentos de ensino e desses com os objetivos ou resultados
propostos. Cabe perfeitamente aqui as palavras do antigo educador
Mattos ao afirma que o método “é o relacionamento prático, mas
inteligente, dos meios e procedimentos com os objetivos ou resultados
propostos”.[17]
(3)
a seleção da metodologia deve considerar a realidade sociocultural
do aluno, da escola e da comunidade em que ambos estão
adaptados. Para que o método empregado seja
operante é indispensável que o professor conheça os contextos do
aluno, sua cosmovisão, conhecimentos, o sistema social em que se
insere e ao qual serve. Martins assevera que
O método constitui o elemento unificador e sistematizador do processo de ensino, determinando o tipo de relação a ser estabelecida entre professor e alunos, conforme orientação filosófica que o fundamenta; tal orientação envolve uma concepção de homem e de mundo, respondendo, em última análise, a um ponto de vista de classe.[18]
Por
essa mesma razão é necessário que
o professor ao empregar certo método de ensino esteja consciente que
não se trata de um “simples método”, mas todo um conceito
teórico que sustenta essa metodologia vinculada “a uma visão de
homem e de mundo que responde a interesses de classes”.[19] Fazendo
assim, o professor terá uma visão mais adequada e abrangente de seu
ensino e de suas escolhas didáticas. Ele está reforçando algum
interesse de classe? A exclusão social? Sabe o professor que o
currículo, os objetivos, em fim, o sistema educativo brasileiro foi
organizado em função dos interesses de uma classe? Como, portanto,
ensina o professor? Para manter e reforçar as injustiças, a
exclusão social, o verticalismo e autoritarismo, a anulação da
criatividade e do espírito crítico?[20] Ou
o contrário? Que tipo de educação cristã, tradições e dominação
o professor reforça com seu ensino, com a metodologia que usa?
A
Estrada Não Percorrida
Duas
estradas divergiam numa árvore amarela
E
me ressenti não poder ambas percorrer
Sendo
um só viajante, por muito me detive
E
observei uma até quão longe pude
Só
para observar que na relva desaparecia
Então
segui pela outra, tão boa quanto,
E
talvez por ter melhor reclame
Mais
ramos possuía e talvez por ansiar uso
embora,
quanto a isso, o caminhar, no fim,
as
tivesse marcado por igual.
E,
naquela manhã, em ambas igualmente jaziam
Folhas
que passo algum pisara.
Ó
deixei a primeira para outro dia!
E
sabendo que um caminho leva a outro caminho
Duvidei
se algum dia eu voltaria.
Isto
eu hei de contar mais tarde, num suspiro
Em
algum ponto, eras e eras ainda nesta existência,
Duas
estradas bifurcavam numa árvore,
Eu
trilhei a menos percorrida,
E
isto fez toda a diferença.
(The
Road not Taken, by Robert Frost [1984-1963].
Tradução
de Ricardo Gondim).[21]
Conclusão
Os
métodos de ensino são apenas um meio para atingir
um fim maior: a aprendizagem do aluno. É necessário que o professor
use-os de modo crítico e reflexivo, conhecendo os fundamentos
teóricos que sustentam tal procedimento. Todavia, nenhum método
será eficiente em si mesmo se o professor não estiver aberto ao
diálogo-dialético com o seu aluno. O conceito que o educador tem de
seu aluno traz consequências diretas à seleção dos métodos e dos
procedimentos de ensino. Portanto, deve o ensinante buscar na relação
com o Outro os elementos que os constituem como sujeitos ativos no
processo de ensino-aprendizagem.
Referência
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introdutórias.2.ed., rev., atual. São Paulo: Editora Claraluz,
2008.
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Brasília:Globo; Porto Alegre: INL, 1976.
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Pura Lúcia Oliver. Didática teórica/didática prática:
para além do confronto. São Paulo: Edições Loyola, 1991,
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MOURA,
T.M. de Melo. Metodologia do ensino superior: saberes e
fazeres da/para a prática docente. 2 ed.rev. e atual.,
Maceió:EDUFAL, 2009.
PETEROSSI,
Helena. G.; FAZENDA, Ivani C.A. Anotações sobre metodologia e
prática de ensino na escola de 1º grau. 3.ed., São Paulo:
Edições Loyola, 1988.
TURRA,
Clódia Maria G (et al.) Planejamento de ensino e
avaliação. Porto Alegre: PUC/EMMA, 1975.
WEFFORT,
Madalena Freire (et. al.) Educando o olhar da observação. In:
WEFFORT, Madalena Freire (et. al.) Observação, registro,
reflexão. São Paulo: Espaço Pedagógico, 1997.
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