[John Stott]
Na
verdade, o homem é, ao mesmo tempo, objeto do amor e da ira de Deus.
O Deus que condena o homem por sua desobediência já planejou a
maneira para justificá-lo. Três versículos no primeiro capítulo
de de Romanos resumem essa verdade. O apóstolo Paulo escreve: “O
evangelho... é o poder de Deus para a salvação... Porque no
evangelho é revelada a justiça de Deus [isto é, a maneira de
Deus fazer que os pecadores se ajustem a ele]... Portanto, a ira
de Deus é revelada dos céus contra toda impiedade e injustiça dos
homens...” (Rm 1.16-18). Não se explica exatamente como a ira
de Deus está sendo revelada do céu contra o pecado; provavelmente,
Paulo se refere ao processo amedrontador da deterioração moral que
trabalha em pecadores obstinados a quem Deus abandonou à própria
obstinação, algo que ele descreve no fim do capítulo. Mas, se a
ira de Deus é vista na corrupção do homem e da sociedade, seu
remédio para o pecado é visto no evangelho. Há, portanto, duas
revelações de Deus. Sua justiça (ou o caminho para a salvação) é
revelada no evangelho, porque sua ira é revelada do céu contra toda
injustiça. O Deus da Bíblia, assim, é um Deus de amor e de ira, de
misericórdia e de julgamento. E toda a inquietude, busca de prazer e
escapismo que marcam a vida do homem em todas as épocas e no mundo
todo são sintomas da alienação que decorre do castigo divino.
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